quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

OAB denuncia escassez de juízes em expediente do plantão judiciário

Após receber denúncias de advogados e famílias ditas prejudicadas pelo plantão judiciário neste fim de ano, a Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE) visitou, ontem, o Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. E, segundo o presidente da entidade, Valdetário Monteiro, atestou problemas no atendimento à população.

Ele reclamou da pouca quantidade de juízes em expediente e do acúmulo de processos. Conforme Valdetário Monteiro, magistrados não estariam deliberando sobre causas cuja entrada tivesse se dado num turno que não os seus. “Só há um plantonista para a Capital toda. O ideal é que fossem três ou quatro. O plantão funciona de meio-dia às 18 horas. Mas, quando o juiz não consegue despachar, o processo é devolvido ao protocolo”, explica.

O presidente da OAB quantificou mais de 300 processos acumulados em decorrência dessa falta de pessoal desde sexta-feira, 27. “É a primeira vez que acontece de ficarem tantos assim nesse limbo. Isso não poderia acontecer. Porque atesta a ausência da prestação jurisdicional. E a lei diz que todos têm direito a ela. Em geral, são casos de saúde, prisão, flagrante de delito...”, citou.

Em nota emitida pela assessoria de imprensa, o TJ disse estranhar a postura da OAB de relatar um “problema supostamente existente sem sequer dar conhecimento formal dos atos ao órgão competente para apura-los e resolvê-los”, já que não protocolou reclamação junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ou ao próprio TJ.

Conforme o documento, o plantão cearense obedece “rigorosamente à resolução nº 71 do CNJ”, com dois juízes em expediente. A nota informa ainda que a diretoria do Fórum determinou o levantamento das pendências tão logo Valdetário Monteiro comunicou-as. Concluiu-se a existência de 78 processos à espera de uma decisão judicial, sendo 53 referentes à Lei Maria da Penha e 24 pedidos de liberdade provisória e pagamento de fiança.

Para atender à demanda, o TJ prometeu a convocação de dois juízes, que começam a atuar efetivamente na quinta-feira, 2º, já que hoje o ponto é facultativo e dia 1º é feriado. “Quando forem decidir, os magistrados ainda terão de verificar se os pedidos são, efetivamente, daqueles que podem ser objeto do plantão que se encontra em curso”, explica a nota.

A OAB se disse satisfeita com o chamamento de dois novos juízes, mas promete acompanhar o caso para atestar o cumprimento da medida. Se a situação persistir, a entidade tem a pretensão de acionar o CNJ. O plantão judiciário vai até 5 de janeiro.
Fonte: O Povo On Line

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