quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O RECADO FOI DADO E BEM DURO!

Segundo Guimarães, ninguém pode cobrar o PT quanto às eleições 2014


Em meio ao jogo de pressões que já começou a se estabelecer nos bastidores do cenário pré-eleitoral de 2014, o deputado federal José Guimarães (PT) – um dos principais articuladores da disputa – mandou uma espécie de recado aos aliados: “Ninguém poderá cobrar nada do PT!”, advertiu, ao ser questionado pelo O POVO sobre como a cúpula nacional da sigla irá equacionar os interesses de Eunício Oliveira (PMDB) e do governador Cid Gomes (Pros) no pleito deste ano.

Guimarães, que é aliado de primeira hora de Cid, fez questão de tirá-lo do alvo e disse que o chefe do Executivo “não está cobrando nada”. Em seguida, mirou em Eunício e acabou acertando até o senador Inácio Arruda (PCdoB) em mais uma indireta: “O PT teve candidato a prefeito de Fortaleza em 2012 (Elmano de Freitas, derrotado por Roberto Cláudio, do Pros). Por que Inácio e Eunício não apoiaram o candidato do PT, então? Cobrar do PT, não”, reforçou, em entrevista na última segunda-feira.

As declarações de Guimarães surgem no contexto de forte expectativa sobre as negociações e acordos para a disputa de 2014 no Ceará. O panorama é dos mais complexos: Eunício quer ser candidato ao Governo na aliança entre PT, PMDB e Pros. Mas Cid, protagonista do grupo, ainda não se manifestou sobre quem irá defender para a sucessão. Em outra frente, o PCdoB avisou que vai brigar para se manter com a vaga no Senado, posto que, agora, o PT também quer ocupar.

A solução para o emaranhado deverá sair de acordos conduzidos nacionalmente, sob o comando até do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff. O desafio será agradar, ao mesmo tempo, o PT cearense, o PMDB – principal aliado do Governo Dilma – e o governador Cid Gomes, que em 2013 resolveu romper com o PSB e trocou de sigla para poder apoiar a tentativa de reeleição da presidente.
 
“Acordos futuros”
Sobre a possibilidade de racha no Ceará, Guimarães voltou a afirmar que defenderá a unidade do grupo e apostou que “o bom senso prevalecerá”. Por “bom senso”, leia-se “não dividir, não quebrar a corda”, explicou ele, em possível referência à parte do PT cearense mais ligada à ex-prefeita Luizianne Lins, que defende a divisão da aliança e a construção de múltiplos palanques para a presidente Dilma. “Dividir é suicida. É difícil juntar os cacos depois, ficam sequelas”, afirmou ele, que tem maioria na sigla.

O parlamentar deu pistas de qual poderá ser a estratégia para a difícil tarefa de manter a aliança coesa: acordos para eleições futuras. “(Não estão sendo discutidos ainda), estou antecipando que podemos ter acordos futuros. O ciclo foi fechado em 2012, agora vamos discutir outro”, propôs. 

Fonte: O Povo On Line

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