Segundo Guimarães, ninguém pode cobrar o PT quanto às eleições 2014
Em meio ao jogo de pressões que já começou a se estabelecer nos
bastidores do cenário pré-eleitoral de 2014, o deputado federal José
Guimarães (PT) – um dos principais articuladores da disputa – mandou uma
espécie de recado aos aliados: “Ninguém poderá cobrar nada do PT!”,
advertiu, ao ser questionado pelo O POVO sobre como a
cúpula nacional da sigla irá equacionar os interesses de Eunício
Oliveira (PMDB) e do governador Cid Gomes (Pros) no pleito deste ano.
Guimarães,
que é aliado de primeira hora de Cid, fez questão de tirá-lo do alvo e
disse que o chefe do Executivo “não está cobrando nada”. Em seguida,
mirou em Eunício e acabou acertando até o senador Inácio Arruda (PCdoB)
em mais uma indireta: “O PT teve candidato a prefeito de Fortaleza em
2012 (Elmano de Freitas, derrotado por Roberto Cláudio, do Pros). Por
que Inácio e Eunício não apoiaram o candidato do PT, então? Cobrar do
PT, não”, reforçou, em entrevista na última segunda-feira.
As
declarações de Guimarães surgem no contexto de forte expectativa sobre
as negociações e acordos para a disputa de 2014 no Ceará. O panorama é
dos mais complexos: Eunício quer ser candidato ao Governo na aliança
entre PT, PMDB e Pros. Mas Cid, protagonista do grupo, ainda não se
manifestou sobre quem irá defender para a sucessão. Em outra frente, o
PCdoB avisou que vai brigar para se manter com a vaga no Senado, posto
que, agora, o PT também quer ocupar.
A solução para o
emaranhado deverá sair de acordos conduzidos nacionalmente, sob o
comando até do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente
Dilma Rousseff. O desafio será agradar, ao mesmo tempo, o PT cearense, o
PMDB – principal aliado do Governo Dilma – e o governador Cid Gomes,
que em 2013 resolveu romper com o PSB e trocou de sigla para poder
apoiar a tentativa de reeleição da presidente.
“Acordos futuros”
Sobre
a possibilidade de racha no Ceará, Guimarães voltou a afirmar que
defenderá a unidade do grupo e apostou que “o bom senso prevalecerá”.
Por “bom senso”, leia-se “não dividir, não quebrar a corda”, explicou
ele, em possível referência à parte do PT cearense mais ligada à
ex-prefeita Luizianne Lins, que defende a divisão da aliança e a
construção de múltiplos palanques para a presidente Dilma. “Dividir é
suicida. É difícil juntar os cacos depois, ficam sequelas”, afirmou ele,
que tem maioria na sigla.
O parlamentar deu pistas de
qual poderá ser a estratégia para a difícil tarefa de manter a aliança
coesa: acordos para eleições futuras. “(Não estão sendo discutidos
ainda), estou antecipando que podemos ter acordos futuros. O ciclo foi
fechado em 2012, agora vamos discutir outro”, propôs.
Fonte: O Povo On Line
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