Menos de uma semana após ter o registro de seu partido aceito pelo Tribunal Superior Eleitoral, Marina Silva colheu na Rede os primeiros peixes graúdos. O deputado Alessandro Molon trocou o PT pela nova legenda, enquanto o senador Randolfe Rodrigues desfalcou o PSOL.
Molon foi o petista mais votado nas eleições proporcionais no Rio de Janeiro em 2014 e é candidatíssimo à prefeitura da capital fluminense no próximo ano. Seu empenho na aprovação do Marco Civil da Internet foi exemplar. Rodrigues era o único senador do PSOL, mas há tempos se desentendia com a cúpula da agremiação.
No ano passado, chegou a ser anunciado como presidenciável do partido. Desistiu da candidatura e acabou substituído por Luciana Genro. “Aposto que a Rede será a grande novidade política do País nos próximos anos”, afirmou o senador ao assinar a ficha de filiação. Heloísa Helena, candidata à Presidência pelo PSOL em 2006, também caiu na Rede.
Com isso, a Rede fez sua estreia no cenário político com cinco deputados federais e um senador, além da promessa de ser um partido de oposição moderada ou, nas palavras de Marina, ser uma "nova forma de fazer política".
O descontentamento de ex-governistas com as recentes escolhas políticas e econômicas do governo Dilma explicam porquê quatro dos cinco deputados da Rede vieram da base governista: Alessandro Molon (RJ), ex-vice líder do PT na Câmara; Miro Teixeira (RJ), ex-PROS, e dois egressos do PC do B, João Derly (RS) e Aliel Machado (PR).
Apesar de a estreia do partido ter conturbado o mundo político, Marina Silva deixou claro que não privilegia quantidade: "A Rede buscará qualidade". É por isso que o partido já vem distribuindo negativas para alguns políticos.
Este é o caso do ex-deputado-federal Wálter Correia de Brito Neto, que foi rejeitado pela executiva do partido devido a seu apoio ao Estatuto da Família, projeto de lei que prevê a definição de família como sendo unicamente formada pela união entre homem e mulher. Exemplos como o de Wálter Neto dão pistas da linha política que a Rede pode assumir, embora sua atuação ainda seja uma incógnita para todos.
Até o momento, a defesa por uma "nova forma de fazer política" vem ganhando adeptos entre políticos e eleitores. No entanto, a pouca verba de fundo partidário e o pouco tempo de TV reservados ao partido são, por ora, o maior desafio a ser contornado por Marina Silva para as eleições de 2016.
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