As pimentas mostram seu poder de fogo contra uma série de males, desde dor de cabeça até artrite, passando por reumatismo, má digestão, colesterol alto e doenças circulatórias. Recentemente canadenses e holandeses descobriram que a pimenta ajuda a vencer a obesidade. As evidências vêm de um trabalho em parceria feito por cientistas da Universidade Laval, em Quebec, no Canadá, com cientistas do Centro de Ciências Alimentícias de Wageningen, na Holanda.
Segundo o estudo, a pimenta derreteria os estoques de energia acumulados em forma de gordura corporal. Isso graças à capsaicina, substância presente na parte mais esbranquiçada, onde ficam as sementes.
Para quebrar os nutrientes da comida e absorvê-los, nosso aparelho digestivo trabalha duro e gasta muito combustível. A capsaicina faz com que ele, nas horas de serviço pesado, se abasteça nos depósitos gordurosos. Esse processo, ainda por cima, aumenta a temperatura corporal e, para dissipá-la, lá se vão mais calorias e calorias. É por isso que ingredientes com essa capacidade são chamados de termogênicos.
"A pimenta no mínimo ajuda no controle de peso", ensina o professor Angelo Tremblay, da Universidade Laval, que investiga o condimento.
Ainda segundo estudos, a capsaicina como grande aliada em diversos tratamentos. "Ela reduz a formação de gases e melhora a produção do suco gástrico. O ingrediente, porém, é contra-indicado para quem sofre de gastrite ou úlcera." O mais paradoxal é que a pimenta em si parece ser capaz de combater a Helicobacter pylori, bactéria envolvida nesses males estomacais.
Já quanto às propriedades da capsaicina para a circulação, seus componentes anticoagulantes ajudam na desobstrução dos vasos sangüíneos, afirma o nutrólogo e cardiologista Sérgio Puppin, também do Rio de Janeiro. Independentemente da ardida capsaicina, as pimentas em geral estão cheias de betacaroteno, molécula que se transforma em vitamina A e que tem potente ação antioxidante, e também oferecem cerca de quatro vezes mais vitamina C do que a laranja. Mesmo em doses moderadas, a mistura caprichada explica a boa atuação do tempero, no uso cotidiano, para prevenir doenças. Recentemente cientistas de Taiwan observaram a morte de células cancerosas do esôfago. Já em Toronto, no Canadá, a pimenta melhorou o funcionamento do pâncreas em cobaias com diabete tipo 2.
Há quem investigue fins terapêuticos bem longe da sala de jantar, especialmente quando se buscam efeitos antiinflamatórios e analgésicos que, sim, a capsaicina também tem. No caso, formulam-se pomadas e emplastros com o ingrediente ardido, testados em problemas como artrite.
O negócio é não exagerar na pimenta como tempero e saber exatament como e quando ela deve ser utilizada. Um exemplo? De acordo com a Medicina tradicional chinesa, a pimenta na comida pode influenciar o equilíbrio energético. "Uma gastrite, por exemplo, pode ser causada por questões emocionais que levam ao aumento do calor ou, para nós, energia yang", explica o médico Mauro Perini, professor da pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo. "Ou pode ser provocada por um mau funcionamento estomacal relacionado ao frio ou aumento da energia yin. Por ser um alimento aquecedor, a pimenta é contra-indicada no primeiro caso e recomendada no segundo", diz ele, evidenciando a importância do diagnóstico preciso.
Fonte: Adaptado da Revista Saúde
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