Em protesto contra a presença do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) no Acre, ativistas dos direitos LGBT promoveram um ‘beijaço’ durante um evento evangélico que teria a participação do parlamentar. O evento ocorreu na noite desta sexta-feira (2), na Concha Acústica do Parque da Maternidade, no Centro de Rio Branco. Feliciano, entretanto, cancelou sua ida ao evento alegando estar doente.
O parlamentar tinha presença confirmada no evento “Aviva Rio Branco” e deveria ser uma das principais atrações. Um grupo de aproximadamente 50 pessoas, defensoras da causa gay, segundo a organização, foi até o local do evento para promover o ‘beijaço’.
Um dos organizadores do evento, o pastor Maycon Gomes chegou a minimizar a participação dos ativistas. “Eles criam esses movimentos, mas diante da força desse evento gospel, eles são fracos. Não conseguem inibir o evento e o conferencista, que é o pastor Marco. Isso não acontece só aqui, mas em vários lugares, mas o que vai prevalecer aqui é a vontade de Deus e também a razão e a opção do pastor Marco Feliciano de lutar contra esse evento”, disse.
Após o anúncio do cancelamento da participação do deputado, Gomes então lamentou o ocorrido e deu uma nova declaração. “O importante é adorar a Deus”.
Um dos organizadores do ‘beijaço’, o jovem Fernando dos Anjos, explica que o ato não tinha intenção de confrontar nenhuma religião, mas mostrar insatisfação com o deputado.
"O ‘beijaço’ é apenas uma forma pacífica de protestar contra o deputado. Nossa intenção não é prejudicar o evento, nem ir contra qualquer tipo de religião. Mas a gente quer que as pessoas vejam que tudo aquilo que ele está pregando, aquele ódio contra as mulheres, contra os negros, não é certo", diz.
Ativistas levaram faixas e cartazes durante protesto em evento evangélico (Foto: Aline Nascimento/G1)
Jovem diz ter sido agredida durante evento
Durante o evento, ao menos um caso de agressão teria ocorrido. A estudante Rebeca Rodrigues, que havia ido participar do ‘beijaço’, diz que teve um sapato atirado contra ela por uma mulher que estava participando do evento evangélico.
“Estava conversando com um senhor sobre nossa manifestação e ela [a suspeita] simplesmente me agrediu, do nada. Eu não entendi o porquê. Eu estava me manifestando como estudante que tem direitos.
Marido da suspeita de agredir a jovem, o policial militar José Danilo, nega que a esposa tenha começado as agressões. “Essas pessoas que dizem que estão querendo se manifestar começaram a vir aqui o tempo todo querer afrontar, dizendo que iam interferir no evento. Ficaram vindo aqui tirar satisfação com minha esposa, que tem problema de saúde e toma remédio tarja preta. A agressão a gente sabe que foi mútua, ninguém ficou machucado foi só um sapato que foi atirado”, diz.
A jovem foi para a Delegacia de Flagrantes para registrar boletim de ocorrência. Segundo a Polícia Militar, o casal também seria chamado para prestar depoimento.
Fonte: G1
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