Em artigo no O POVO deste sábado (21), o médico, antropólogo e professor universitário, Antonio Mourão Cavalcante, avalia o quadro eleitoral no Ceará para o próximo ano. Confira:
Se não tivermos um Feliz Ano Novo – 2014 – pelo menos, ele será um trajeto cheio de emoções. Acontecerão dois fatos espetaculares e fabulosos para o interesse dos brasileiros: futebol e eleições. Futebol não será coisa pouca. Simplesmente uma Copa do Mundo. E, eleições para os cargos mais importantes do país. Haja coração!
De futebol, deixemos para os entendidos. São muitos. Quase todos os brasileiros. Quanto à política, queria dar um passeio, levantando algumas pistas que podem clarear o rumo que vamos tomar. Por enquanto, vivemos o clima da especulação: quem são os candidatos? No plano nacional o desenho parece mais claro. Já tem nomes na rua… E, aqui, no Ceará?
Primeiro aspecto a considerar: a sucessão começa em Brasília. Acredito que lá são traçadas as pautas, diretrizes e alianças. Dois pontos chamam atenção. Primeiro, para o PT, partido da vez, o grande objetivo é a reeleição de Dilma. Esse é o foco. Segundo lance, já foi decidido que o grande aliado dessa aventura – tal como aconteceu anteriormente – é o PMDB de Temer, Renan, Henrique Alves, Sarney e Cia.. Prego batido, ponta virada.
Nesse cenário, a figura do senador Eunício Oliveira ganha destaque. Ele faz parte da cúpula nacional do PMDB, tendência que atualmente domina a sigla. Os cardeais rezariam por ele?
Há algo que massageia o PT. Saindo Eunício do Senado, a sigla ganharia, de graça, mais um senador por quatro anos. O suplente de Eunício é o ex-coordenador da loura, Wladimir Catanho. Isso deve pesar bastante.
A imprensa noticiou que Eunício teve uma conversa com Lula, responsável pela “cozinha política” da reeleição de Dilma. Coincidência ou não, depois dessa conversa Eunício engrossou a fala. Exemplos? Quando ele disse “não aceitamos o posto de vice” ou “quero ser eleito não como oposição, mas com a base política do Governador.” E, finalmente, essa semana, “vocês estão falando com o futuro governador.” Por que o homem ficou corajoso?
O governador e seu grupo ao se assumirem em um novo partido, porque queriam/querem apoiar a Dilma, fizeram uma declaração no aberto, unilateral, sem exigências ou reciprocidade. Agora, num mato sem cachorro, talvez tenham que engolir essa realidade e sorrir para as fotos.
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