Uma parte do PT silenciou e optou por não se meter no fogo cruzado
entre o governador Cid Gomes (Pros) e o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, acusado pelo cearense de “retaliar” e “plantar” notícias contra
o estado. Embora Mantega seja um dos filiados mais influentes do PT,
integrante do “núcleo duro” do Governo Dilma Rousseff (PT), a defesa do
ministro coube apenas à ala do partido que faz oposição à gestão cidista
no Ceará. Alguns dos petistas preferiram ficar ao lado do chefe do
Palácio da Abolição.
Procurados pelo O POVO, o
presidente nacional do PT, Rui Falcão, o senador cearense José
Pimentel, e o deputado federal Artur Bruno foram alguns dos que, por
meio de suas assessorias, disseram que preferiam não se manifestar.
“Injusto e ingrato”
Na
segunda-feira, Cid disse que Mantega estaria incomodado com a
proximidade de Dilma com o Ceará. Ele ainda insinuou que o chefe da
Fazenda estaria por trás da divulgação, na imprensa nacional, do
rebaixamento da análise financeira do Ceará pelo Tribunal de Contas da
União. Por meio de nota, Mantega desmentiu.
Perguntado se a
crítica de Cid seria legítima, o presidente do PT do Ceará, Francisco
de Assis, tentou o meio termo. “Há um conjunto de movimentos que, ao
longo dos anos, demonstra preconceito com o Nordeste, em geral. É no
mínimo estranho (a divulgação da notícia). Não colocaria com a ênfase do
Cid, mas é algo que não está dentro dos padrões normais”. No momento em
que se cogita possível ida de um dos Ferreira Gomes para o ministério
de Dilma, de Assis refutou qualquer impacto negativo das declarações.
Na
linha inversa, o deputado federal Eudes Xavier (PT) partiu para cima de
Cid, em apoio ao ministro. “O governador tem de lavar a boca antes de
falar do Mantega, que é um homem catedrático, não é um político
provinciano. O governo federal até hoje fez tudo pelo Ceará. Liberou
tudo que o Ceará solicitou. É um homem republicano”, defendeu.
O
presidente do PT de Fortaleza, Elmano de Freitas, também tomou o lado
de Mantega. “O governador está sendo injusto e ingrato com um ministro
que viabilizou um volume de recursos como o Ceará nunca viu. Está
tentando jogar uma cortina de fumaça na realidade financeira do Estado”.
O
ex-secretário estadual da Fazenda, Mauro Filho (Pros), não quis opinar
sobre as declarações de Cid. “O que o governador disse tá dito. O que eu
digo é que hoje o Ceará ainda pode contratar R$ 20,6 bilhões de dívida
pública”.
Fonte: O Povo On Line
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