Em termos financeiros, a palavra crise parece passar longe de Porangabuçu em 2015. Se dentro de campo o Ceará faz campanha irregular na Série B, ocupando a zona de rebaixamento da competição, no aspecto econômico o ano de 2015 tem sido proveitoso. Nunca, em mais de 100 anos de história, o Alvinegro faturou tanto com negociações de jogadores.
A estimativa é de que o Ceará tenha faturado só neste ano R$4,33 milhões com negociações de atletas. Valor quase seis vezes superior ao somatório dos últimos dois anos, segundo os demonstrativos financeiros divulgados pelo clube relativos a 2013 e 2014.
As quantias mais significativas são referentes às negociações do atacante Marinho (Cruzeiro) e do volante Sandro Manoel (Al Taawon-Arábia Saudita), que renderam ao clube, respectivamente, R$1,2 milhão e R$900mil. O volante Uillian Correia (Cruzeiro) e o lateral Samuel Xavier (Sport) foram outros dois jogadores que se destacaram na campanha do título da Copa do Nordeste 2015 que despertaram interesse de outros clubes e também foram negociados.
Além disso, outros dois atletas que sequer passaram pelo Vovô em 2015 renderam dividendos ao clube. Casos do zagueiro Pablo e do atacante Ederson. Ambos foram negociados com clubes do exterior (Bordeaux-FRA e Kashiwa Reysol-JAP, respectivamente) e o Ceará, como clube formador, teve direito a receber uma porcentagem da negociação.
Com isso, a expectativa é de que o Ceará feche 2015 com um faturamento recorde, superior aos R$21,6 milhões arrecadados em 2014 somados valores de premiações, patrocínio, cotas de TV e bilheteria.
No entanto, o vice-presidente e diretor de futebol do clube, Robinson de Castro, adota cautela na hora de avaliar positivamente essas receitas.
“Não estamos ricos. Isso serviu para suprir outras coisas. Renda de bilheteria, por exemplo, este ano praticamente não teve em relação aos outros anos. Formamos um time mais caro também. Nem recebemos o dinheiro do Uillian Correia ainda”, revela o dirigente sobre a multa estimada em R$750 mil reais que o Cruzeiro têm de pagar ao Vovô.
REPOSIÇÃO TARDIA
No entanto, se a saída dos jogadores campeões da Copa do Nordeste ajudou o Ceará nas finanças, dentro de campo a reposição não foi feita à altura ou, no mínimo, demora a emplacar.
O desmanche alvinegro é um dos fatores que resultaram na fraca campanha na Série B, competição em que o Vovô luta para evitar o que seria um inédito rebaixamento à Terceirona.
“Não tem jogador no mercado. O Vasco foi atrás do Leandrão. O Corinthians foi buscar o Lincom. Considerando que que conseguimos trazer jogadores como Júlio César, Alex Amado e Mazola, conseguimos repor. Remontamos o time todo. Hoje só dois titulares da Copa do Nordeste continuam como titulares. Trocamos o pneu da bicicleta em andamento”, rebate o dirigente.
Fonte: O povo
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